BLOG DO ARI
Campinas, SP, 15 (AFI) – Vendedor, em geral, aprendeu a trabalhar com o ‘não’ do suposto cliente. Se preparou para habilmente estender a conversa e tentar mostrar o ganho para o consumo do produto ou serviço oferecido.
Por vezes, o bom vendedor faz coisas que até Deus duvida, dada a precisão para reverter um sonoro ‘não’ para o sim.
O exemplo ilustra bem que a Ponte Preta é a vendedora que já tem o ‘não’ nesta partida de quartas-de-final do Paulistão contra o Palmeiras, marcada para a noite deste sábado, na Arena Barueri.
Ela vai chegar lá desacreditada pela maioria, com o lógico argumento de enfrentar o invicto Palmeiras, cujo custo salarial de elenco nem se compara ao dela.
E aí, como contrariar esta lógica? Como mostrar na prática que o futebol é uma das raríssimas modalidades esportivas em que o melhor nem sempre vence?
BRIGATTI VENDEDOR
Sendo assim, que o treinador pontepretano João Brigatti se faça de hábil vendedor, capaz de inverter os antônimos de não para o sim. A exemplo do jogo contra o Corinthians, um golzinho no início e se fechar seria uma alternativa?
Mesmo sem marcar gol, outro ‘remédio’ seria se preparar para sofrer pressão e evitar que a sua meta seja vazada?
Nesta hipótese, o regulamento prevê definição do classificado à semifinal através de disputas de pênaltis.
Aí, vai que brilha a estrela do goleiro Pedro Rocha!
MARCAÇÃO HOMEM A HOMEM
O que passa pela cabeça de Brigatti é assunto de cumplicidade com os seus comandados. Se me perguntarem o que deve ser feito, a resposta é a repetição do já explanado dias atrás, neste mesmo espaço.
Como ‘palpiteiro’ – um direito assegurado a todos – sugeri que Brigatti incorpore a velha tática usada pelo saudoso treinador Oswaldo Brandão, que rotineiramente optava pela chamada marcação ‘homem a homem’ em todos os setores do campo.
Pra quem ainda não está familiarizado com a expressão, nada mais é de que cada jogador seja incumbido de marcar um determinado adversário, que no linguajar do passado a treinadorzada dizia ‘cada um pega o seu’.
Democraticamente respeita-se o contra-argumento daqueles que que julgam ser tática do passado, que não se enquadra ao futebol moderno e coisa e tal. Pelo menos na esfera esportiva ainda temos o direito de discordância, felizmente.
IMPACIÊNCIA
Ora, se o Palmeiras é franco favorito, está explícito que cumpre à Ponte Preta o papel de se defender com o máximo possível de jogadores, fechar os espaços para evitar penetrações dos adversários, e estar ligadíssima nas bolas cruzadas, quer no chão, quer no alto, porque irremediavelmente o Palmeiras chega à área adversária com quatro e até cinco jogadores preparados para, em qualquer vacilo, empurrar a bola à rede.
IRRITAÇÃO
Por que marcação homem a homem?
Quem jogou bola, mesmo que na várzea, sabe perfeitamente que atleta implacavelmente marcado se irrita, principalmente se o marcador tiver a ‘manha’ de cometer aquelas faltinhas quase imperceptíveis, e sem comprometimento em relação à arbitragem.
O contra-argumento de que boleiros rodados, como aqueles do Palmeiras, habituados à marcação dura, não se enervam com boleiro no ‘cangote’, acompanhando-os o tempo todo, é questionável.
Isso mexe com o psicológico do dito cujo, e pode ser um caminho a ser seguido, por que não?
Lógico que cabe a João Brigatti a planilha pensada e treinada no transcorrer da semana para tamanho desafio.
Para o pontepretano, que a tática a ser adotada contrarie as previsões, e que prevaleça o dito que ‘futebol é jogado e lambari é pescado’.
