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Medina faz 9,9 em onda incrível, se vinga de japonês e encara Chumbinho nas quartas – Ceará Notícias

Em duelo com gosto de revanche, Gabriel Medina superou o japonês Kanoa Igarashi por 17,40 a 7,04, nesta segunda-feira, e avançou às quartas de final na Olimpíada de Paris-2024, na qual enfrentará o compatriota João Chianca, o Chumbinho, com um deles na disputa por medalhas. O tricampeão mundial deu um show nos tubos de Teahupo’o, no Taiti, onde está sendo disputada a modalidade, e eliminou seu algoz dos Jogos de Tóquio, em 2021.

O triunfo teve sabor especial para o brasileiro porque aquela derrota, então pela semifinal, o impediu de disputar a medalha de ouro e ainda contou com um agravante. Após uma disputa com notas polêmicas, Medina reclamou publicamente da avaliação dos juízes e viu o japonês provocá-lo nas redes sociais.

Nesta segunda, a resposta veio com uma performance sólida do começo ao fim da bateria. Medina começou melhor, na frente, com uma onda mais modesta. Na segunda, ele deu um show ao entrar em um lindo tubo, com saída perfeita. A manobra, da qual Medina saiu fazendo gesto de “nota 10″ com as duas mãos, rendeu um ótimo 9,90, a maior da competição até agora.

Igarashi tentou reagir, mas apostou em ondas menores, menos exigentes diante do mar grande nesta segunda em Teahupo’o. Acabou recebendo notas menores, longe de ameaçar a vitória e a revanche do surfista brasileiro, maior aposta de medalha para o Brasil na modalidade nestes Jogos Olímpicos.

“É um sonho competir a Olimpíada nessas condições. Nunca imaginei que a gente estaria mostrando para o mundo esse tipo de surfe porque não é sempre que pega condições assim (grandes ondas). Estou vivendo um sonho hoje, fico feliz de estar representando meu País e deu tudo certo”, celebrou Medina. “Desafiador, mas assim que é legal surfar. Amo essas condições e feliz por minha vitória.”

Em bateria anterior, Filipe Toledo se despediu de forma precoce da Olimpíada ao ser eliminado pelo japonês Reo Inaba, na primeira zebra da modalidade. Numa disputa tumultuada, em que os dois surfistas tiveram suas pranchas quebradas pelas fortes ondas de Teahupo’o, Inaba levou a melhor por 6,0 a 2,46. O japonês avançou às quartas de final.

Com o resultado, o atual bicampeão mundial deixou a competição ainda longa das fases decisivas, nas quais os surfistas brigam por medalha. Filipinho, que não disputou a temporada do Circuito Mundial para cuidar da saúde mental, demorou para pegar sua primeira onda, diante do crescimento das ondas nesta segunda, e desceu a primeira quando faltavam apenas 11 minutos para o fim da bateria.

A primeira onda acabou quebrando sua prancha ao meio. O mesmo já havia acontecido com o seu rival japonês, que conseguiu reagir a tempo, pegou mais ondas e obteve a inesperada classificação às quartas.

“Eu fiquei meio perdido na escolha de ondas, fiquei bem indeciso em descobrir qual seria uma boa onda. Teve duas ondas que deixei passar no começo. Poderia ter ido. Eram menores, mas tinham potencial para vencer a bateria, diante das notas baixas que o adversário fez”, lamentou o surfista, que revelou ter enfrentado outro problema durante sua bateria.

Ele precisou trocar a moto aquática, na hora de buscar uma nova prancha, porque a primeira sugou o cordão que prende sua prancha ao seu pé. “O jet ski acabou sugando o ‘lash’ e o jet ski não andava. Tive que trocar. Faz parte. E agora vamos para a próxima”, revelou o bicampeão mundial.

João Chianca, o Chumbinho, entrou na água logo após Medina diante do marroquino Ramzi Boukhiam e a disputa foi bastante equilibrada. Em competição acirrada e com alternâncias no placar, uma grande onda restando três minutos acabou decisiva para o brasileiro, que agora terá o compatriota pela frente.

Enfileirando manobras, os surfistas se alternavam na liderança e na consequente classificação às quartas. Com um 9,30 restando 12 minutos, o brasileiro ampliou sua liderança com 17,63 a 15,93. Nem teve tempo de celebrar e levou a virada, com um 9,70 e 17,80 no total do rival.

Chumbinho tinha prioridade, mas necessitava de sua melhor onda na bateria. Carecia de um 8,51 para se garantir. O vento atrapalhava e era um adversário a mais. O tempo também passava rápido. No fim, pegou uma nova onda de 8,80 e já saiu com as mãos fechadas, agradecendo e virando para 19,10 a 18,80./AE

(Foto reprodução)

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