Por ARIOVALDO IZAC
Campinas, SP, 24 (AFI) – Desde o jogo contra o Goiás, em Campinas, quando o gol de empate por 1 a 1 caiu do céu nos minutos finais, já se suspeitava sobre o risco de a Ponte Preta manter a hegemonia nos jogos em Campinas.
O péssimo rendimento diante do Amazonas, embora fosse jogo em Manaus, aumentou ainda mais a dúvida sobre rendimento aceitável neste segundo turno da Série B do Brasileiro, com aquela derrota por 2 a 1.
Aí, quem não se dispôs a discutir desajustes da equipe pontepretana na sequência da competição, esta derrota para o Operário por 1 a 0, a primeira no Estádio Moisés Lucarelli desde a volta do treinador Nelsinho Baptista, na noite desta sexta-feira, ratificou suspeitas de partidas anteriores.
Agora, com o agravante: o pontepretano forçosamente lembrou da era João Brigatti, treinador que antecedeu Nelsinho Baptista, quando os desajustes atingiram todos os compartimentos da equipe.
DUAS VEZES
O histórico ofensivo da Ponte Preta, ao longo da partida, se resumiu em passe do meia Élvis para o centroavante Jeh, travado no momento da finalização pelo zagueiro Alemão, do Operário, aos cinco minutos do segundo tempo, sendo que no lance subsequente, em cruzamento do lateral-esquerdo Gabriel Risso, o zagueiro Mateus Silva, na área adversária, não calibrou o pé e o chute foi para fora.
Mais nada que isso. Nenhuma das trocas de jogadores feitas por Nelsinho determinaram mudança de rumo daquilo visto até então.
ÉLVIS E JEH
Como criar se o meia Élvis voltou a andar em campo e se irritou com qualquer marcação da arbitragem, de maneira injustificada?
Quem esperava algo prático de Jeh, viu a repetição daquele comportamento ‘esquentado’, cometendo faltas desnecessárias e dominado em todas as jogadas.
Se os laterais Thomás Luciano e Gabriel Risso não tiveram a mínima construção ofensiva, ainda pecaram na marcação.
Há situações que ainda prevalece a individualidade do atacante Gabriel Novaes, mas desta vez esteve tão mal no jogo que acabou substituído.
Se a Ponte Preta não criou e sequer soube concluir com sucesso nas duas vezes que rondou pra valer a área adversária, paradoxalmente ainda contou com vacilo de seu setor defensivo.
SÉRGIO RAPHAEL
A equipe sofreu gol aos 28 minutos do segundo tempo, quando o zagueiro Sérgio Raphael perdeu na corrida para Daniel Lima, do Operário, em bola lançada por Pedro Lucas.
Aí, o atleta do time paranaense soube enfrentar o goleiro Pedro Rocha, chutou forte, de forma indefensável, e estabeleceu Operário 1 a 0.
A rigor, nas três reais oportunidades de gol do Operário, credite para falhas de Sérgio Raphael.
Logo aos quatro minutos do primeiro tempo, naquela manjada bola lançada nas costas do lateral-esquerdo Gabriel Risso, faltou cobertura dele, ocasião que o atacante Vinícius Mingotti, cara a cara com o goleiro Pedro Rocha, chutou a bola à direita da meta.
O último vacilo deu-se aos 35 minutos do segundo tempo, quando se atrapalhou no desarme e a bola se ofereceu para o atacante Rodrigo Rodrigues, que chutou em cima de Pedro Rocha.
CHUTÕES
Os primeiros 30 minutos de jogo foram de futebol horroroso de ambos os lados, com prevalecimento de chutões dos respectivos campos defensivos.
Se houve muita ‘briga’ dos jogadores pela posse de bola, na mesma proporção coloca-se erros de passes e nada de criatividade.
Depois disso, pelo menos o Operário se preocupou em trabalhar melhor a bola, e teve mais atitude para o desarme nas poucas tentativas de a Ponte Preta tentar criar algo prático.
Neste desenho, o goleiro Rafael Santos, do Operário, não foi obrigado a praticar uma defesa sequer de registro, ao longo da partida, porque a Ponte Preta não foi aguda.