Por ARIOVALDO IZAC
Campinas, SP, 12 (AFI) – Nada, absolutamente nada a lamentar, torcedor pontepretano, nesta derrota para o Ceará por 1 a 0.
Nem o gol certo perdido pelo meia Élvis, aos 52 minutos do segundo tempo, na partida disputada na tarde/noite deste sábado em Fortaleza, na sequência da 31ª rodada do Brasileiro da Série B.
Como em futebol cabe olhar os dois lados, o torcedor cearense também está lamentando o gol feito também perdido pelo seu artilheiro Érick Pulga quando, cara a cara com o goleiro Pedro Rocha, possibilitou que ele praticasse defesa aos 21 minutos do segundo tempo.
ESQUEMA DEFENSIVO
Nem lamentar o acertado esquema defensivo proposto pelo seu treinador Nelsinho Baptista durante o primeiro tempo.
Sim, a estratégia implicou em apenas um chute ao gol adversário, através do atacante Iago Dias, aos 48 minutos, para fácil defesa do goleiro Bruno Ferreira.
Imaginem se a Ponte Preta saísse pro jogo desde o início, com aquele ímpeto do Ceará, usando os dois lados do campo para atacar?
Mesmo com forte esquema de marcação, a Ponte Preta só não sofreu o segundo gol, ainda no primeiro tempo, porque inacreditavelmente o zagueiro João Pedro chutou a bola para fora, após receber passe de cabeça de seu parceiro Érick Pulga.
Logo, se oferecesse espaço, certamente o adversário saberia explorá-lo, pois inegavelmente dispõe de jogadores de melhor qualidade técnica.
E creditem apenas mérito ao meia Lucas Mugni no lance que originou o gol do Ceará, aos 22 minutos do primeiro tempo.
Após receber devolução de companheiro, em cobrança de escanteio, o chute forte não permitiu defesa do goleiro Pedro Rocha devido à visão encoberta, com vários atletas a frente dele.
PONTE PRETA SAIU PRO JOGO
Se você tentar justificar que no segundo tempo a Ponte Preta saiu da toca, adiantou as linhas, e por determinado período até chegou a ter mais posse de bola, evidente que qualquer clube em desvantagem muda a estratégia para modificar o resultado, mas não se esqueça que, ao oferecer espaço ao adversário ela igualmente correu risco.
Não fosse o zagueiro Joílson prudentemente ter travado finalização de Talisson, a vantagem cearense seria ampliada.
Foi desguarnecendo a defensiva que a Ponte Preta permitiu que Érick Pulga tanto perdesse gol feito num lance, como em outro chegou segundos atrasado para complemento, além de Aylon ter testado bola sobre o travessão, em lance típico que não costuma perder.
JOÃO GABRIEL
E foi atacando mais durante o segundo tempo que a Ponte teve chance através de seu lateral João Gabriel, com desvio do zagueiro João Pedro, na finalização, logo aos dois minutos.
E aquele maior volume ofensivo da Ponte Preta naquele período teve muito a ver com a queda de rendimento físico do Ceará e sem a devida compensação nas substituições feitas pelo seu treinador Léo Condé.
Com a saída do atacante Lucas Rian, que atuava pelo lado direito, o lateral João Gabriel, da Ponte Preta, pode se soltar.
A saída do meia Lucas Mugni tirou a capacidade de organização do mandante, assim como o lateral-esquerdo Matheus Bahia, que criava volume ofensivo no primeiro tempo, ficou desgastado com o vaivém e optou apenas para se defender.
COMPETITIVIDADE DA MACACA
Apesar da derrota, a tendência é que Ponte Preta siga com crédito para o dérbi campineiro do domingo subsequente, pela competitividade mostrada por seus jogadores.
Se o risco de entrar na zona de rebaixamento não pode ser ignorado, pergunta-se: onde estão aqueles alucinados que até começaram a fazer absurdos cálculos de acesso, desconsiderando as inegáveis limitações do elenco?
TORCER PARA O RIVAL
A realidade nua e crua à Ponte Preta é que dista apenas dois pontos do CRB – na marca dos 33 -, que fecha o Z4.
Logo, o pontepretano desprendido de ira ao rival Guarani, é natural que espere vitória dele sobre o CRB na noite de segunda-feira, em Campinas, pois assim não daria chance de o clube alagoano avançar.