Filipe Luís usou times diferentes nos seus primeiros quatro jogos na temporada. Revezando titulares e reservas, nem sempre com o nível mais alto de entrosamento, o treinador deixa o padrão de jogo do Flamengo mais claro a cada partida: o de um time com posse de bola agressiva. Foi assim na goleada por 5 a 0 sobre a Portuguesa, na quarta-feira, em Uberlândia.
O treinador poupou os titulares que conquistaram a Supercopa do Brasil, no domingo passado, e aproveitou o jogo do Carioca para dar minutagem aos reforços Danilo e Juninho e a jogadores que estão voltando de lesão, casos de Arrascaeta, Luiz Araújo e Everton Cebolinha.
Não dá para dizer que uma equipe com esses nomes é reserva, mas é este o cenário do Flamengo. Há muita qualidade para escolher apenas 11 titulares. “Que eles falem no campo e quem quebra a cabeça sou eu”, resumiu Filipe Luís.
O clichê da boa dor de cabeça para o técnico nunca foi tão real.
Início travado
O Flamengo teve dificuldades de encaixar o jogo no início e sofreu com a transição defensiva na primeira metade do primeiro tempo, mas em nenhum momento abriu mão de ter a bola no ataque, empurrando a Portuguesa para o seu campo. Comportamento comum do time de Filipe.
Parte da dificuldade do Flamengo foi mérito da Portuguesa, que se preparou para impedir a ação do time rubro-negro por dentro. Essa construção demorou a encaixar também porque Evertton Araújo e Allan bateram cabeça em alguns minutos e lhes faltou mobilidade na frente.
Nesses momentos, a Portuguesa aproveitou os contra-ataques e criou as primeiras melhores chances do jogo. Foram quatro em sequência: duas vezes com Romarinho, uma com Willian e outra com Marcus Vinícius. O Flamengo deu mole na defesa, mas não demorou muito a corrigir o posicionamento e começar a mandar no jogo.
O caminho foi usar as laterais. Na primeira boa chance, aos 17 minutos, Daniel Sales cruzou na cabeça de Juninho, que finalizou no canto e obrigou Douglas Borges a boa defesa. O jogo pelo lado fez o Flamengo abrir o placar no Parque do Sabiá: Luiz Araújo cruzou para a área, a bola sobrou para Arrascaeta, que soltou uma bomba. O goleiro da Portuguesa espalmou no travessão e, no rebote, Juninho cabeceou para o gol.
Luiz Araújo criou outra grande chance, em chute colocado para boa defesa de Douglas Borges no seu canto direito. O camisa 7 foi o grande destaque do primeiro tempo. Mostrou repertório na construção de jogadas e na movimentação, às vezes atuando como um meia atrás dos atacantes, às vezes mais aberto e aparecendo em ambos os lados.
O Flamengo foi para o intervalo longe de ser brilhante, mas foi mais eficiente do que a Portuguesa. Ainda que com mais volume de jogo do que o adversário, o time rubro-negro bateu cabeça na defesa, com Daniel Sales e Ayrton Lucas comprometendo em disputas com Romarinho./ge
( Foto: Gilvan de Souza / CRF)