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Diretor do 1º filme brasileiro a levar um Oscar é torcedor do Botafogo e ajudou em compra do CT

Rio de Janeiro, RJ , 03 (AFI) – Diretor do primeiro filme brasileiro a conquistar uma estatueta do Oscar, o carioca Walter Salles também recebeu os parabéns da direção do Botafogo nesta segunda-feira. Reconhecido torcedor alvinegro, o diretor de Ainda Estou Aqui ajudou o clube a comprar o terreno onde fica atualmente o Centro de Treinamento do time profissional, entre outros benefícios gerados à equipe alvinegra.

“Filme dirigido pelo ilustre alvinegro Walter Salles, ‘Ainda Estou Aqui’ venceu o Oscar na categoria ‘Melhor Filme Internacional’. Um feito histórico para o cinema brasileiro!”, celebrou o Botafogo, em seu perfil nas redes sociais. O prêmio foi o primeiro do cinema nacional no mais tradicional e famoso prêmio internacional da sétima arte.

A relação de Walter e do irmão João Moreira Salles, membros da família fundadora do banco Itaú, é antiga. Walter é mais discreto que o familiar, acostumado a opinar publicamente sobre o clube em artigos de jornal.

Os dois torcedores estreitaram a relação com o clube em 2017, quando compraram o chamado Espaço Lonier, onde atualmente se localiza o Centro de Treinamento do time profissional. Na época, os irmãos desembolsaram cerca de R$ 30 milhões. Além disso, doaram dinheiro ao clube para obras mais urgentes no local, que antes era especializado em receber festas e eventos variados.

A dívida do clube com a família Moreira Sales foi negociada mais de uma vez nos anos seguintes, com prazo de até 30 anos para a quitação. O último acordo aconteceu em 2022, quando o clube se tornou Sociedade Anônima do Futebol (SAF) e o próprio empresário americano John Textor negociou com os irmãos.

A pendência, que chegou a alcançar R$ 57 milhões (R$ 28,5 milhões para cada irmão), foi reduzida para R$ 34,6 milhões – R$ 17,3 milhões para cada. A cifra deverá ser quitada num prazo de 13 anos em parcelas mensais.

BOTAFOGO E A DITADURA

Ainda Estou Aqui retrata o desaparecimento do deputado Rubens Paiva durante a ditadura militar (1964 – 1985). Em 1968, o Botafogo teve a sua sede invadida por agentes do DOPS (Delegacias de Ordem Política e Social) e do SNI (Serviço Nacional de Informações) após abrigar cerca de 200 estudantes que participavam de uma manifestação contra o regime no bairro homônimo. A sede foi invadida pelos policiais e depredada na caça aos jovens.

De 1976 a 1981, o Botafogo foi presidido por Charles Borer, policial ligado ao SNI. Alvo de críticas ferrenhas e pedido de impeachment, ele vendeu a sede de General Severiano para a Vale do Rio Doce um ano após tomar posse, e é lembrado como o responsável pelo ostracismo do clube, que amargou 21 anos sem títulos até quebrar o jejum em 1989, com a conquista do Campeonato Carioca. O fim do mandato do presidente foi comemorado pelos torcedores com um “enterro” simbólico à época.

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