Por ARIOVALDO IZAC
Campinas, SP, 21 (AFI) – Dizem que no futebol não existe injustiça, mas se o Santos veio a Campinas com propósito inicial de não perder, se saísse vitorioso, no confronto contra o Guarani, na noite desta quarta-feira, convenhamos que seria desproporção.
Melhor, então, que o resultado deste confronto terminasse empatado por 1 a 1, que mantém o Guarani numa sequência de três jogos sem derrota, porém, ao subir para 18 pontos, continua seis deles distante do primeiro clube fora do zona de rebaixamento desta Série B do Brasileiro, que é o CRB, após ter sido derrotado pelo Ceará, em Maceió (AL) por 2 a 0, também nesta quarta-feira.
Bem que o torcedor bugrino procurou ‘secar’ o Botafogo, na condição de visitante diante do Mirassol, mas, no frigir dos ovos, ocorreu um baita ‘zebraço’, com vitória do ‘Fogão’, de virada, por 2 a 1.
GUARANI NO ATAQUE
Indiferente da pontuação do Santos na competição, que conta com elenco proporcionalmente mais qualificado, o Guarani acreditou que pudesse buscar a vitória, e se lançou ao ataque durante todo primeiro tempo.
Problema é que apenas Airton deu mais trabalho aos defensores santistas. O maior volume de jogo do Guarani não foi transformado em oportunidades reais de gols.
A falta cobrada por Airton foi defensável, apenas com um grau de dificuldade porque o goleiro Gabriel Brazão ficou com a visão encoberta de vários jogadores à sua frente.
Outro lance mais agudo foi produzido em arrancada de Airton, com desarme providencial do zagueiro Jair.
SANTOS LENTO
A intensidade do Guarani contrastava com a excessiva lentidão do Santos na troca de passes e recuos exagerados de bola em seu campo defensivo.
Assim, mostrava-se incapaz de organização de jogadas ofensivas, tanto que o seu histórico naquele período se resumiu à finalização do atacante Guilherme, com desvio e defesa do goleiro Pegorari.
GOL DE ESCOBAR
A irritação do treinador Fábio Carille, com o rendimento inexpressivo da equipe santista, ficou claro durante o intervalo, quando trocou três peças, com as entradas de Hayner, Sandry e Serginho, nos lugares de JP Chermont, Pituca e Willian Bigode, respectivamente.
Se tecnicamente o ganho foi mínimo nas trocas, pelo menos foi o período em que o Santos aproveitou espaços vazios proporcionados pelo já desgastado time bugrino, e assim pode tocar a bola – ainda lentamente -, a partir do meio de campo, sem que isso resultasse em oportunidades criadas.
QUEDA FÍSICA DO GUARANI
A rigor, tem sido recorrente a queda de rendimento físico de vários jogadores da equipe bugrina após o intervalo, ao longo da competição, exatamente pela correria desproporcional durante o primeiro tempo.
Desta forma, apesar da maior posse de bola do Santos, ocorreu o inesperado aos 23 minutos, em finalização de longa distância que resultou em gol.
O lateral-esquerdo Escobar teve liberdade para arrancar com a bola e arriscar chute rasteiro, com direção do canto esquerdo de Pegorari, sem chances de defesa: Santos 1 a 0.
MEXIDAS NO GUARANI
Demorou para o treinador Allan Aal, proceder mudanças em sua equipe, visando revitalizá-la fisicamente. Ao mexer no meio de campo, principalmente com a entrada do volante Anderson Leite, a resposta foi o gol dele, de empate, aos 42 minutos.
Em cruzamento do lateral-esquerdo Jefferson, deslocado no lado direito, a bola chegou no segundo pau, para a cabeçada fatal do volante bugrino. Daí pra frente ninguém criou mais nada e a torcida bugrina saiu satisfeita pelo empenho da equipe para evitar a derrota.