Por ARIOVALDO IZAC
Campinas, SP, 27 (AFI)- Guarani em fase de mudanças. Ainda bem que o meu tempo de setorista de clubes já passou, e faz tempo. Naquela época, pelo menos a gente tinha acesso às dependências nos estádios e centros de treinamentos, sem a questionável interferência intermediária dos assessores de imprensa.
Como interlocutores de ouvintes e leitores, as perguntas eram feitas na ‘lata’ a integrantes dos elencos e cartolas, por vezes sem respostas ou com desculpas esfarrapadas.
No cumprimento de nosso papel, importava que a voz do torcedor tivesse eco em busca de explicações.
DANIEL DOS ANJOS
Nesse vaivém de jogadores no Guarani, há torcedores que sequer ficaram sabendo que o clube mal havia contratado o centroavante Daniel dos Anjos já tomou a decisão de dispensá-lo.
O atleta ficou cerca de dois meses no clube, e restou ao site oficial desejá-lo boa sorte na continuidade da carreira.
Por que o contrataram? Houve despesas extra do clube com a dispensa?
Não se toca mais no assunto e pronto? É isso?
DISPENSADOS
É longa a lista dos fora dos planos da nova comissão técnica e superintendência do clube, naturalmente dando-se um jeito de encaminhamento de alguns a outras agremiações, enquanto outros, por direito, continuam recebendo o salário.
Entre os desligados estão o lateral-direito Diogo Mateus; zagueiros Léo Santos, Rayan e Pedro Henrique; volantes Camacho e kayque; e atacantes Renyer, Lucas Paraizo e Daniel dos Anjos.
Sim, foram feitas reposições com chegadas do lateral-direito Pacheco; zagueiros Matheus Salustiano, Renê dos Santos e Bruno Gonçalves; lateral-esquerdo Emerson Barbosa; volantes Gabriel Bispo e Pierre; e atacante Lohan, alguns deles de nível superior àqueles que saíram.
QUANTA INCOMPETÊNCIA
Parte da leva dispensada havia sido contratada na gestão do superintendente Toninho Cecílio, e a maioria dos torcedores concorda tratar-se de jogadores aquém das necessidades do Guarani.
Por que ninguém viu isso antes?
Dá-se carta branca ao superintendente e que se lasque o clube?
E O PREJUÍZO ?
Ainda falta uma perguntinha que no meu tempo de repórter os colegas também faziam: qual o prejuízo provocado por tanta incompetência?
Na maioria das vezes os cartolas da época também fugiam de perguntas que não digeriam, mas ouvintes e leitores ficavam sabendo através de reiteradas informações sobre fugas das respostas a quem é a essência de clubes: torcedores.
Hoje, infelizmente, esse processo de entra e sai no elenco do futebol do Guarani foi transformado em rotina, e fica tudo por isso mesmo.
Conselheiros que deveriam se manifestar – civilizadamente, é claro – se omitem, e assim é vida que segue.