Rio de Janeiro, RJ, 02 – O presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, falou sobre a gestão do time carioca e destacou principalmente as finanças equilibradas do clube. Atualmente, a equipe não possui dívidas e visa investir na construção de um estádio próprio, mas o executivo pontuou ser “fácil” acabar com tudo isso.
O dirigente comentava sobre os elogios que escuta a respeito da administração do clube e foi categórico sobre a responsabilidade que tem no comando das decisões estratégicas. “Falam de gestão de empresa e eu ouço: ‘O Flamengo, do jeito que está estruturado, vai passar 10 anos com desempenho maravilhoso’. Eu digo para vocês: com três meses de má gestão dá para destruir o Flamengo. Com a minha caneta, dá para destruir o Flamengo”, disse ele em entrevista ao ge.
Landim ainda exemplificou a declaração e enfatizou que a responsabilidade é sempre do presidente do clube. “Tudo o que se construiu a gente destrói em três meses. Eu compro o Neymar, Mbappé e mais um. Coloco 600 milhões de euros de dívidas no balanço do Flamengo”, disse.
“No fundo, quem tem a caneta e tem o poder de mudar é o presidente do clube. Eu tenho o poder de trocar quem eu quiser. Se alguma coisa foi feita errada, a culpa é minha”, afirmou o executivo.
SAF
Rodolfo Landim disse ser favorável a uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF) no Flamengo, revelou já ter iniciado conversas com investidores em potencial, mas não se interessa pelo método usado no futebol brasileiro atualmente. O executivo colocou o modelo adotado pelo Bayern de Munique como exemplo.
O clube alemão vendeu 25% das ações de uma empresa homônima a três parceiros: Audi, Allianz e Adidas, e cada um tem 8,33% de participação. A maior fatia (75%) continua no controle do time bávaro. Landim apontou que essa estratégia pode ajudar na construção do estádio da equipe carioca.
“Criar uma empresa que é dona do futebol, e eu faço uma diluição dela a exemplo do que o Bayern fez, que vendeu 25% dessa empresa com aumento de capital. Então, se 75% valem R$ 4,5 bilhões, coloca R$ 1,5 bilhão do lado de cá e fica com 25%. Eu posso vender para três caras como o Bayern fez: um que queira o naming rights, um que queira se associar ao Flamengo por 50 anos pela importância que o Flamengo tem ou por algum aspecto estratégico que possa trazer. E aí eu tenho dinheiro para fazer o estádio”, afirmou Landim.
O presidente tem mandato até dezembro deste ano e destacou que não vê a SAF no Flamengo como uma forma de continuar no comando. “Pensam isso. Não tem problema nenhum, eu assino um papel de que jamais serei CEO de SAF alguma, com o maior prazer.”