São Paulo, SP, 27 – A classificação do Corinthians à terceira fase da Libertadores se deu com mais sofrimento do que o esperado. O Universidad Central da Venezuela (UVC) conseguiu marcar três gols, somando o confronto em Caracas e na Neo Química Arena, e escancarou o problema defensivo da equipe de Ramón Díaz neste início da temporada. A vitória do Corinthians em São Paulo, por 3 a 2, só veio na reta final da partida, a partir dos pés de Yuri Alberto.
PREOCUPANTE
Em 14 jogos até aqui, a defesa corintiana só não foi vazada em três ocasiões: Ponte Preta, São Bernardo e Novorizontino, todas pelo Campeonato Paulista. São 16 gols sofridos, média superior a um por partida, que são compensados pelo ataque eficiente neste início de ano (24 tentos). Em nenhuma ocasião o Corinthians saiu de campo sem marcar.
Contra o UVC, o Corinthians sofreu duas vezes o empate, no segundo tempo, rapidamente após passar à frente no marcador. “Não podemos ceder gols tão rápido. Isso nos dá mais tensão e dá mais confiança para eles. Se continuar assim, vai ficar muito difícil. Temos de ter mais paciência, não podemos atacar o tempo todo. Temos de controlar o jogo e ser mais inteligentes”, disse Memphis Depay, ainda em campo, após a partida desta quarta-feira.
OPÇÕES
A formação defensiva utilizada pelo Corinthians nesta quarta-feira (Matheuzinho, André Ramalho, JP Tchoca e Matheus Bidu) nunca havia sido utilizada antes no ano. Ramón Díaz também utilizou Cacá, Félix Torres, Hugo, João Vitor e Léo Maná como opções ao longo das partidas – ainda sem ter uma formação titular definida. O único absoluto é no gol, em que Hugo Souza é inquestionável, tendo sido capitão nesta última partida.
“Quantos jogos perdemos em casa? Nenhum”, pontuou o treinador, ao ser questionado nesta quarta-feira a respeito da solidez defensiva. “Temos coisas a corrigir, mas temos um time com características ofensivas e acho que o Corinthians precisa atacar. Seria fácil tirar Garro, Memphis, Yuri… e armar uma retranca, mas não é a forma que acho a certa e a que gosto”, disse o treinador.
Discurso semelhante pregou Augusto Melo nessa semana. Enquanto aguarda os retornos de Gustavo Henrique e Palacios (este com lesão crônica no joelho), o Corinthians negocia para a chegada de Fabrizio Angileri nos próximos dias.
“É um elenco fortíssimo, sai um, entra outro e não muda nada. Estamos sem atletas no departamento médico, mesmo com o desgaste do calendário. Você tem que rodar o time”, afirmou, no podcast Benja Me Mucho.
DISPUTA POR VAGA
Do possível time titular, a formação desta quarta-feira – ainda que nunca houvesse sido utilizada neste ano -, é a que mais se assemelha do ideal. Matheuzinho e JP Tchoca foram os jogadores com mais partidas na lateral-direita e zaga, respectivamente. Na esquerda, Hugo e Bidu dividem a titularidade, mas o segundo ganhou a preferência no duelo mais importante deste ano. Ramalho fecha a dupla de zaga ideal, ainda sem o retorno de Gustavo Henrique.
Ainda que Ramón e o presidente tenham uma postura de cautela no ano, o Corinthians entra no mês de março na sequência mais importante da temporada. Neste domingo, encara o Mirassol, pelas quartas de final do Campeonato Paulista; já na próxima semana, terá o primeiro duelo com o Barcelona de Guayaquil, no último compromisso para garantir a vaga na fase de grupos da Libertadores.