Campinas, SP, 09 – Capitão da seleção brasileira e um dos mais experientes do grupo de Dorival Júnior, com 14 temporadas no futebol europeu, o lateral-direito Danilo admitiu nesta segunda-feira, já em Assunção, onde o Brasil encara o Paraguai nesta terça pela oitava rodada das Eliminatórias Sul-Americanas, que o País hoje está “um passo atrás” das potências mundiais.
Com a vitória sobre o Equador, por 1 a 0, na rodada passada, e a subida para a quarta colocação das Eliminatórias, o risco da não classificação para a Copa do Mundo de 2026 deixou de ser o questionamento e Danilo teve de fazer uma avaliação se vê a seleção de igual para igual com as rivais europeias.
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NO TOPO?
Sincero, o jogador admitiu que a seleção brasileira não deve nada a ninguém no quesito mão de obra e talento, mas sim em organização e planejamento. Mas ressaltou que, nos dois anos que ainda restam para a Copa, tudo pode se modificar e certamente a equipe chegará em condições de brigar pela sexta taça.
“Tenho uma posição bem clara sobre isso (em qual prateleira o Brasil está) e separo por duas colunas. Em primeiro, por qualidade dos jogadores, material humano, a seleção continua entre as melhores do mundo”, ressaltou, satisfeito com a boa safra de jovens que vem pintando e com o crescimento de muitos remanescentes.
“Estou há 14 anos na Europa e propriedade para falar em tenho. Nossa matéria prima é das melhores do mundo. Só que existe uma coisa que cresceu muito no futebol: a organização, o planejamento, se enxergar no futuro e isso a gente deixou a desejar. Nos outros dois ciclos, mesmo sendo bem feitos, a gente não conseguiu fazer o melhor, mesmo com muita seriedade”, admitiu, antes de surpreender.
“Nesse momento estamos um passo atrás por isso. Tivemos muita instabilidade, muitos nomes, treinadores, diversas estratégias… A gente demorou para pensar um caminho, se seria de total renovação, de manter a equipe. Isso faz, certamente, a seleção ficar um passo atrás das que são potências em campo porque nosso conjunto ainda não está pronto.”
SEM DESESPERO
Nada, porém, de desespero. “Agora, com o Dorival, a gente começou a entrar por um caminho, tem um planejamento claro, bem feito, mas antes ficou a desejar. Perdeu-se tempo após a Copa do Mundo e falei isso ao presidente (da CBF, Ednaldo Rodrigues)”, frisou, lamentando a longa espera por Carlos Ancelotti, do Real Madrid.
Faltando pouco menos de dois anos, Danilo sabe que a adaptação terá de ser rápido e alerta: “Tem de dar tempo. Aqui a paciência é diferente de fora da seleção. Não devemos pensar se vai dar tempo. Faltam dois anos, um ano e meio, e temos de otimizar o tempo e as datas, em campo e com vídeos para chegar o mais preparado possível para batalhar com as principais potências do mundo.”