Dorival, Tite ou Diniz? Compare números da seleção brasileira com cada treinador

Rio de Janeiro, RJ, 11 – Contra o Chile, Dorival Júnior se recuperou no comando da seleção brasileira, após uma Data Fifa em que sofreu a primeira derrota desde que assumiu a equipe em janeiro deste ano. Com gols de Igor Jesus e Luiz Henrique, destaques do Botafogo nesta temporada, o Brasil venceu por 2 a 1, de virada, e chegou à quarta posição nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. É a quinta vitória da seleção desde a chegada de Dorival.

Ex-treinador do São Paulo, ele recebeu o convite de Ednaldo Rodrigues para assumir o comando da equipe após a recusa de Carlo Ancelotti, que renovou seu contrato com o Real Madrid. Nesse período à frente da seleção brasileira, Dorival disputou 11 partidas, com cinco vitórias, cinco empates e apenas uma derrota – diante do Paraguai, em setembro.

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DIFICULDADE

Apesar de ter sofrido apenas uma derrota, Dorival ainda enfrenta dificuldade de extrair o melhor futebol da seleção, tanto no aspecto ofensivo quanto no defensivo. O desempenho na Copa América não empolgou o torcedor. O Brasil foi eliminado nas quartas de final, com uma vitória e três empates (não conseguindo furar a defesa adversária em duas ocasiões).

Além disso, das 11 partidas, em sete a seleção foi vazada ao menos uma vez. No Flamengo, clube que comandou em 2022, o setor defensivo era uma das qualidades da equipe: no título da Copa Libertadores, sofreu apenas dois gols no mata-mata e foi campeão de forma invicta.

“Uma renovação não é simples. Hoje, tínhamos quatro jogadores que finalizaram a última partida da Copa e isso tem um peso considerável. Não estamos com a estrutura que foi montada para a Copa anterior. Isso dificulta um pouco mais esse encontro de equilíbrio com a jovialidade dos meninos, além da experiência de alguns. Essas oscilações acontecem por isso e continuarão acontecendo, temos que ter paciência. Teremos equipe muito forte daqui a dois anos, mas passaremos algum aperto até lá”, avaliou o treinador após a vitória sobre o Chile.

PASSAGEM RÁPIDA

Antes de Dorival, o Brasil foi comandado por Fernando Diniz, de forma interina, ao longo do ano de 2023. Enquanto liderava o Fluminense ao título inédito da Libertadores, o treinador ficou à frente do Brasil por seis jogos das Eliminatórias. Depois de um bom início, com vitórias sobre Bolívia (5 a 1) e Peru (1 a 0), a seleção ficou quatro jogos sem vencer, que culminaram na fim da trajetória técnico na equipe nacional.

Em comparação, Dorival tem 60,61% de aproveitamento à frente da seleção brasileira, enquanto Diniz deixou o comando após seis jogos, com duas vitórias, um empate e três derrotas, com 38,9%. O ataque do então treinador do Fluminense não empolgou, com apenas oito gols marcados – cinco destes contra a Bolívia. Além disso, sofreu sete gols em seis partidas.

ERA TITE

Em comparação, o Brasil de Tite, em 2016, dominou as Eliminatórias da América do Sul nos seus 11 primeiros jogos – mesmo volume que tem o trabalho de Dorival até aqui. No período, a seleção venceu todos os jogos que disputou (nove) e foi derrotada em apenas uma ocasião, em amistoso diante da Argentina. O aproveitamento da equipe ficou próximo dos 91%, e foi às redes 29 vezes em seu começo de trabalho.

Com uma média de 2,9 gols por jogo, a seleção de Tite colecionou importantes vitórias nesse começo de trabalho, como 3 a 0 sobre a Argentina e 4 a 1 contra o Uruguai, em Montevidéu. Nas 11 primeiras partidas, também só sofreu três gols. O desempenho garantiu a recuperação da equipe, que sofria até então com o técnico Dunga – havia sido eliminada precocemente na Copa América de 2015 e 2016 – e lutava para se garantir na Copa do Mundo.

TRABALHO DE DORIVAL AMEAÇADO?

Três fatores podem entrar em conta para Dorival Júnior continuar na seleção brasileira, pelo menos até os próximos jogos das Eliminatórias: tempo de trabalho, período curto até a Copa do Mundo e o fato de que uma demissão agora faria o Brasil ir para seu quarto treinador neste ciclo para o Mundial de 2026.

Dorival não completou um ano à frente da seleção. Ele assumiu em janeiro e disputou apenas nove jogos até aqui – Tite, por exemplo, teve dois anos para trabalhar antes da Copa do Mundo 2018 e manteve o projeto para o Catar. Menos de dois anos separam a seleção do próximo Mundial, nos EUA, Canadá e México, fator que dificultaria o trabalho do próximo treinador.

Além disso, caso seja demitido, a seleção brasileira teria seu quarto treinador neste ciclo. Antes de Dorival, Fernando Diniz e Ramon Menezes trabalharam ao longo de 2023. A CBF sonhava com Carlo Ancelotti, do Real Madrid, e acreditava que havia chegado a um acordo com o treinador, mas a renovação do italiano com o clube espanhol frustrou as expectativas de Ednaldo Rodrigues. À época, a direção da entidade se mostrava confiante de que o profissional assumiria a seleção para a Copa América de 2024.

PRÓXIMO DESAFIO

O Brasil volta a campo na próxima terça-feira, às 21h45 (de Brasília), em duelo com o Peru, no estádio Mané Garrincha, na capital federal.

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