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Fica difícil a reestruturação sem gente da bola

Por ARIOVALDO IZAC

Campinas, SP, 18 (AFI) – Medida meramente protocolar esta carta apresentada pelo presidente da Ponte Preta, Marco Eberlin, – redigida por ele ou por assessoria – à coletividade do clube, com pedido de desculpa, etc, etc.

Sinceramente? Não seria o caso de Eberlin passar as mãos na sua mochila, justificar que precisa amadurecer bem mais sobre as coisas ligadas ao futebol, e deixar o cargo livre para quem se habilitar conduzir o processo de reconstrução?

Erros crassos de contratações de jogadores indicam que ou as bancou no escuro, assinando meras indicações de empresários do meio e gente de comissões técnicas, ou na batida de olhos teria mostrado falta de discernimento pra distinguir quem é quem.

Logo, aqueles ensinamentos que recebeu da turminha da bola no então Estacionamento Maratona, do ex-dirigente Peri Chaib, nas habituais resenhas matinais, não foram suficientes para a devida aprendizagem.

Do contrário, em vez de apostar no irregular lateral-direito Igor Inocêncio teria buscado Pedro Costa, também lateral da Tombense, com vantagem no jogo aéreo defensivo, devido 1,84m de altura, além de mais pegada na marcação.

Esse é um dos exemplos do universo de possibilidades para trazer jogadores que se enquadrariam às necessidades do clube e a custos compatíveis.

OLHEIRO

Se o assunto na Ponte Preta é remodelagem, quer seja com Eberlin, quer com suposto substituto dele, que invista em pelo menos um olheiro que enxergue esse troço chamado futebol, para aquela olhada sem piscar os olhos, diariamente, em jogos neste País afora, e sem tirar a bunda da cadeira: apenas fazendo uso da Internet e Tvs fechadas, ou então recorrer às categorias de bases de grandes clubes em busca de promessas.

Quando eu tinha o hábito de ver jogos de diferentes Estados, quis o destino que conferisse o estilo diferenciado do atacante de beirada Érik Pulga, ainda no Ferroviário (CE), e, de imediato, publiquei coluna específica, neste espaço, sugerindo que a procura pelo atleta fosse imediata, sob risco de se perder uma grande oportunidade.

E essa cartolada de Ponte Preta e Guarani deu bola?

Nem ligou.

Quatro meses depois o Ceará foi buscá-lo e o resultado está aí.

Imagine uma informação privilegiada como essa caindo no colo de dirigentes como Peri Chaib e Beto Zini!

E não venham com a conversa fiada de que qualquer atleta, ainda na base, esteja atrelado a empresários, pois nem sempre isso corresponde à realidade.

ASSESSORES DE IMPRENSA

Como não sou corporativista e nem defendo com intransigência a categoria de jornalistas, lanço a interrogação: por que assessor de imprensa intermediando contato com profissionais dos veículos de comunicação?

Em clubes medianos, como Ponte Preta e Guarani, isso é dispensado.

Melhor aquele contato direto com atletas, treinadores e dirigentes, como de praxe, no passado.

Nenhuma objeção em se fechar treinamentos para preservar o esquema de preparação dos jogadores. No mais, tudo deveria ser livre.

Se com os tais assessores os cartolas julgam que as informações possam ser filtradas, esquecem que a convivência diária com repórteres serve de subsídio para absorverem alguma coisa.

A cobrança imediata feita por repórteres aos cartolas provoca rápida reflexão sobre eventuais falhas de procedimentos.

Perguntem a um deles do passado se já não tiraram proveito disso.

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