A primeira vaga na final do Campeonato Carioca só será definida no próximo sábado, mas na prática o martelo já poderia ter sido batido na noite passada. Com uma consistência assustadora para os adversários, o Flamengo anulou o Fluminense, dominou o clássico de ponta a ponta e poderia ter goleado o rival no Maracanã por quatro, cinco, seis gols de diferença. Mas a “magra” vitória por 2 a 0, apesar de dar uma boa vantagem, ainda deixou o confronto em aberto.
A primeira vaga na final do Campeonato Carioca só será definida no próximo sábado, mas na prática o martelo já poderia ter sido batido na noite passada. Com uma consistência assustadora para os adversários, o Flamengo anulou o Fluminense, dominou o clássico de ponta a ponta e poderia ter goleado o rival no Maracanã por quatro, cinco, seis gols de diferença. Mas a “magra” vitória por 2 a 0, apesar de dar uma boa vantagem, ainda deixou o confronto em aberto.
Dos três Fla-Flus da Era Tite até aqui, esse último foi disparado o de melhor atuação. No do returno do Brasileirão do ano passado, o Flamengo dominou o primeiro tempo, mas perdeu o controle no segundo. No da Taça Guanabara, pegou um Fluminense bem mesclado e foi superior, mas sem criar tantas chances assim. No de sábado, o time fez um jogo quase perfeito taticamente, soube anular as armas do rival e sobrou em campo.
O Flamengo soube explorar um meio de campo menos marcador do Fluminense para ter domínio do setor; a pressão na saída de bola foi feita com excelência; a recomposição dos pontas esteve impecável, e os adversários mais talentosos estavam com dobras de marcação. Um exemplo foi um lance de Arias, um dos principais nomes do Fluminense. Aos 29 do segundo tempo, ele arranca do campo de defesa, escapa do carrinho de Arrascaeta, passa no meio de Igor Jesus e Cebolinha, e logo chega Viña para tomar a bola.
O que faltou então para ser perfeito? Perfeição é algo muito raro no futebol, sempre há erros, de menor ou maior gravidade. Considerando a eficiente pressão na saída de bola, o time só deu uma bobeira, que acabou sendo a origem da única chance de gol do adversário no jogo. Aos 20 minutos do primeiro tempo, Pedro foi dar combate em Thiago Santos na linha de fundo, e Cebolinha “largou” Arias para fechar o corredor. O Fluminense conseguiu uma rara quebra de linhas, e Guga cruzou para um livre Diogo Barbosa. Estava 0 a 0, a sorte foi que ele finalizou mal.
Exceto por esse lance, o Flamengo não sofreu em nenhuma das outras sete finalizações do Fluminense. E mesmo no melhor momento do Tricolor no jogo, que foi na volta do intervalo, não levou perigo. Rossi não precisou fazer nenhuma defesa e só precisou trabalhar saindo do gol em algumas bolas aéreas. Já no ataque os números mostram bem o volume rubro-negro: 23 finalizações e nove chances de gol. Vamos a elas:
Scout – Fluminense x Flamengo
Quesito | Fluminense | Flamengo |
Posse de bola | 52% | 48% |
Finalizações | 8 | 23 |
Chances de gol | 1 | 9 |
Passes (precisão) | 409 (85%) | 393 (86%) |
Desarmes | 10 | 13 |
Faltas | 10 | 20 |
Escanteios | 3 | 9 |
Impedimentos | 2 | 0 |
A maioria foi no primeiro tempo, quando o Flamengo tomou conta do meio de campo com De la Cruz flutuando muito bem: aos 10 minutos, Cebolinha tabelou com Pedro na área, cortou Felipe Melo mas furou o chute, atrapalhado por Thiago Santos. Aos 12, Pedro recebeu bolão de De la Cruz na área, se atrapalhou um pouquinho na passada e permitiu o corte de Diogo Barbosa. Quatro minutos depois, Pulgar aproveita a saída errada e acha De la Cruz, que chuta para fora.
Aos 27, Pedro mostrou recurso ao dominar no peito e emendar rápido uma bicicleta na trave. Seria um golaço. Três minutos depois, Arrascaeta cruzou na cabeça do camisa 9, que tinha muito ângulo e testou mal, no meio do gol. De tanto martelar, o gol enfim saiu aos 46, em nova bola aérea, dessa vez com um levantamento açucarado de Pulgar, daqueles que parecem ser com a mão de tão perfeito, para Cebolinha. O chileno, aliás, não errou nenhum dos 37 passes que deu.
No segundo tempo o Flamengo não teve o mesmo volume, deixou o Fluminense ficar mais com a bola e se armou para contra-ataques. Num desses que conseguiu, Cebolinha interceptou o passe e recebeu uma entrada muito forte de Thiago Santos, que foi expulso aos 17 minutos. Depois disso, o Rubro-Negro criou mais três chances claras: o cruzamento de Viña que sobrou quase na pequena área para De la Cruz errar o chute aos 22; o gol do Pedro aos 45 e o chute do próprio camisa 9 para a defesaça de Fábio aos 49.
Vitória mais do que justa com um placar mentiroso. Mas o Flamengo fez o dever de casa, soube aproveitar as baixas do adversário, principalmente de André no meio de campo, o foi o senhor do jogo. Esse time que amadurece a cada partida tem cada vez mais a cara de Tite.
O elenco rubro-negro folga neste domingo e se reapresenta na próxima segunda-feira no Ninho do Urubu. O Flamengo terá mais uma semana livre para trabalhar e só volta a campo no próximo sábado, novamente às 21h (de Brasília) contra o Fluminense no Maracanã, para decidir o primeiro finalista do Campeonato Carioca./ge
(Foto: reprodução)