Por ARIOVALDO IZAC
Campinas, SP, 13 (AFI) – Fosse aquele Novorizontino ‘ganancioso’ de outras temporadas, de certo o Guarani não estaria em situação confortável com este empate sem gols, na noite desta quarta-feira, em Campinas.
O que o time bugrino pode esperar de prático se ao longo da partida teve apenas uma finalização em direção ao gol adversário, e com chute fraco do meia-atacante João Victor, para fácil defesa do goleiro Airton, aos 30 minutos do primeiro tempo?
Depois disso, em lance subsequente, um chute para fora do centroavante Deni Júnior, e apenas aos 40 minutos do segundo tempo, o meio-campista Anderson Leite explorou bola cruzada da direita e cabeceou sobre a meta adversária.
Convenhamos que ofensivamente foi muito pouco para quem tinha propósito de alcançar a vitória.
Diferente de partidas anteriores, o Guarani não teve volume de jogo pelos lados do campo, através de avanços de laterais. Igualmente não contou com o meia organizador.
A escalação de Isaque não evidenciou nada de prático. O rendimento dele foi apagado, quer quando procurou usar o lado do campo, quer por dentro, tanto que acabou substituído.
COMPETITIVIDADE
Alguns torcedores bugrinos que vaiaram a equipe, inconformados com dois pontos desperdiçados nesta reta de chegada do primeiro turno do Paulistão, precisam compreender as claras limitações da equipe.
Todavia, necessitam reconhecer que este elenco montado recentemente mostra competitividade, disputa a bola em cada palmo do gramado, é obediente no trabalho de recomposição defensiva, assim como em momento algum se abdica da proposta ofensiva.
Se a intenção do treinador Maurício Souza foi não escalar inicialmente o atacante João Marcelo, com justificativa de desgaste físico, o recomendável seria começar com ele e, quando já não tivesse condições de permanecer na partida, que procedesse a troca.
EDUARDO BAPTISTA
Mesmo com o Novorizontino não ratificando aquilo que dele se esperava, melhorou de rendimento durante o segundo tempo, principalmente após a entrada do meia Matheus Frizzo, que inexplicavelmente ficou na reserva.
Se a proposta era preservá-lo parcialmente, com justificativa que não estava em plenas condições físicas, melhorar seria usá-lo inicialmente, enquanto fosse possível, pois o Novorizonte carece claramente do organizador, o que ocorreu apenas no segundo tempo, quando teve mais volume de jogo e o próprio Frizzo exigiu boa defesa do goleiro Gabriel Mesquita, além da clara chance de gol perdida em cabeçada fraca de Waguinho e nova defesa de Mesquita.

BRUNO JOSÉ E AIRTON
Logo, incompreensível foi a postura do treinador Eduardo Baptista, do Novorizontino, com erros de escalação e demora para tentativa de correção.
Com o futebol decepcionante do atacante de beirada Pablo Dyego, nada justificava mantê-lo em campo até os 33 minutos do segundo tempo, considerando-se que tanto Bruno José como Airton, jogadores de mesma função, comprovadamente têm mais virtudes técnicas.
A rigor, Bruno José entrou apenas aos 40 minutos do período complementar e para substituir Waguinho, agora recuado à função de ala, e apagadíssimo no jogo.
Em linhas gerais, um Novorizontino que no primeiro tempo usou e abusou de alongar a bola, lento e alguns jogadores bem abaixo das reais possibilidades, como o volante Luís Oyama e atacante Robson.