Campinas, SP, 06, (AFI) – Um possível desvio de recursos do Botafogo para o Lyon, ambos clubes sob a gestão de John Textor, tem gerado revolta entre os torcedores alvinegros. De acordo com documentos apresentados à UEFA, o empresário norte-americano teria considerado utilizar a premiação da Libertadores e parte do valor da venda de Luis Henrique ao Zenit para cobrir problemas financeiros do clube francês.
O Lyon estava ameaçado de desclassificação das competições europeias devido a irregularidades financeiras e precisava apresentar uma solução rápida para evitar sanções severas. No relatório da UEFA, há um trecho que cita diretamente a premiação do Botafogo como um dos recursos esperados para equilibrar as contas do Lyon:
(d) O seu acionista está explorando opções para levar significativa entrada de caixa nos próximos meses, incluindo a venda pré-IPO (de parte do grupo Eagle), investindo em oportunidades sobre direitos audiovisuais do clube, ou o prêmio em dinheiro da Conmebol relacionado ao Botafogo depois da sua vitória na Copa Libertadores, recursos que são esperados para impactarem positivamente e beneficiarem o Lyon.
ATRASO NA PREMIAÇÃO
A demora no repasse da premiação ao elenco do Botafogo também gerou crise interna. Os jogadores ameaçaram não se reapresentar até que o pagamento fosse regularizado, o que ocorreu somente após a pressão dos atletas e da comissão técnica.
Segundo informações da imprensa francesa, Textor teria enviado 55 milhões de euros (cerca de R$ 300 milhões) do Botafogo para o Lyon, incluindo 40 milhões que faltavam para que o clube francês evitasse punições na Ligue 1. O montante foi obtido através da premiação da Libertadores e da venda de Luis Henrique ao Zenit, por 33 milhões de euros.
A revelação desse suposto desvio de recursos reacende o debate sobre o modelo de Sociedade Anônima do Futebol (SAF) no Brasil e a influência de investidores estrangeiros. Torcedores do Botafogo se manifestaram nas redes sociais exigindo explicações e cobrando transparência na gestão do clube. Até o momento, John Textor ainda não comentou oficialmente sobre o caso.