BLOG DO ARI
Campinas, SP, 12 (AFI) – Na entrevista coletiva pós-jogo contra o Santo André, domingo passado, o treinador João Brigatti, da Ponte Preta, disse que no transcorrer da semana estudaria detalhadamente a melhor maneira para enfrentar o Palmeiras, e assim colocá-la em prática no confronto da noite do próximo sábado.
Então, Brigatti, por que não rebuscar antiga estratégia do saudoso e catimbeiro treinador Osvaldo Brandão?
O que fazia Brandão?
Dependendo das circunstâncias de determinadas partidas, ele colocava em prática a marcação ‘homem a homem’, que nos meus tempos de várzea, no Arco-íris do Proença, meu treinador Renato Pintor dizia ‘cada um pega o seu’.
Sim, aquela marcação ‘homem a homem’ em que até o centroavante tem obrigação de marcar o zagueiro central adversário desde a saída de bola até quando ele se projeta à área visando o cabeceio.
E não venha me dizer que isso é coisa obsoleta, que já não cabe no estágio moderno, porque futebol é jogado e lambari é pescado.
ATAQUE CONTRA DEFESA
O Palmeiras é dos tais clubes que usa basicamente metade do gramado para jogar.
Avança as suas linhas, libera os seus laterais para executarem funções de ponteiros, obrigatoriamente volantes têm domínio de bola, e assim a equipe encurrala adversários de menor qualidade.
Quando os espaços para penetração parecem não existir, a boleirada tem paciência para rodar a bola de uma lateral a outra, e qualquer descuido de marcação é fatal para a jogada terminar em gol.
CRUZAMENTOS
Como o Palmeiras chega a colocar de quatro a cinco jogadores na área adversária, para complemento de jogadas, há variações nas bolas cruzadas do fundo de campo, tanto aéreas como no chão.
Por vezes, as aéreas são aquelas rápidas, já treinadas, em que até atleta de média estatura habilmente se desloca para escapar da marcação, visando a testada fatal.
No chão, a bola trabalhada no prolongamento da área objetiva o passe àquela ‘leva’ de jogadores, que procura se desmarcar e, livre de marcação, finaliza.
Esses ingredientes do Palmeiras levam ao raciocínio que equipes de nível inferior devem optar pela marcação ‘homem a homem’, lembrando o desenho em que ‘cada um pega o seu’, e aquele que errar passa a ser o principal responsável pela ‘encrenca’.
ÉLVIS
Bom, cheguemos ao ponto mais polêmico da discussão. Se o prognóstico é de jogo de pura pegada à Ponte Preta, com prevalecimento da preparação física, fica a dúvida sobre a validade de se iniciar a partida com o meia Élvis, cujo estilo não é de marcação.
Ah, dirão que sem o Élvis a Ponte Preta fica sem o cabeça pensante para abastecer os seus parceiros de ataque.
Pera aí: a Ponte Preta vai querer encarar o Palmeiras ‘pau a pau’?
Não seria o caso de se defender o tempo todo e, eventualmente, numa puxada de contra-ataque, tentar surpreender com um golzinho? Como Brigatti ficou de ‘queimar as pestanas’ sobre o que fazer para endurecer neste confronto, entre as várias coisas que pensou e sugestões daqueles que o cercam, que tal a velha e eficiente marcação ‘homem a homem’ dos tempos de Oswaldo Brandão?