São Paulo, SP , 11 (AFI) – Poucas vezes o Brasil esteve tão longe de se parecer com o Brasil. Tão divorciado de sua identidade. De sua alegria clássica. De seu futebol. Tão impotente. Tão inofensivo. Tão frágil como se viu contra a Colômbia, além de uma reação tímida no final. Classificaram-se para as quartas de final da Copa América 2024 e pronto.
Os Verde-amarelos sempre têm que ser respeitados, mas isso não significa que sua imagem não tenha alimentado a preocupação de seu povo, já que o Uruguai está chegando. O “ooole, ooole” com que os Cafeteros aplaudiram foi uma prova de como a partida se desenrolou.
Como foi a disputa do primeiro tempo contra a Colômbia?
O primeiro tempo foi um jogo de ida e volta. Não houve trégua: o meio de campo era uma zona de fluxo livre, uma rodovia onde ninguém cobrava pedágio. Por isso, o jogo foi corrido, com muita velocidade e situações para ambos os lados.
A seleção encontrou em Raphinha sua principal arma ofensiva. O jogador do Barcelona era um ponta direita veloz. Do outro lado, Vinicius estava sem brilho. O astro do Real Madrid era visto como um incômodo. Ele estava mais preocupado em se atirar e receber cartões amarelos do que em explorar sua mudança de ritmo. Foram necessários alguns minutos para que os Cafeteros se acomodassem. E logo no início, Raphinha acertou um belo chute livre para colocar a Canarinha à frente.
O impacto não intimidou a equipe do argentino Lorenzo. A Colômbia não perdeu o rumo. Avançou, com seus laterais posicionados, sem medo. E sempre sob a liderança cuidadosa de James Rodríguez, que pedia tudo e assumia a responsabilidade de organizar, distribuir e arriscar passes em profundidade.
O capitão dos Cafeteros, que havia acertado uma cobrança de falta no travessão no início da partida, esteve envolvido em quase todas as ações arriscadas de uma equipe que, antes de chegar ao merecido empate, havia gerado quatro situações claras, incluindo um gol que não havia sido concedido a Sánchez devido a um impedimento milimétrico. No primeiro tempo, o Brasil também reclamou de uma falta de Munoz sobre Vinicus na área, mas o árbitro decidiu não conceder um pênalti após uma revisão do VAR.
Já um segundo tempo com a Seleção Brasileira sem rumo
No segundo tempo, a Colômbia aumentou seu domínio. Eles tomaram a posse da bola, circularam-na e invadiram o campo adversário. Ousaram desrespeitar um Brasil desfocado. A equipe de Dorival Júnior parecia desnorteada, sem dinâmica para o gol. Um time tão fora de contexto quanto o abrigo que seu técnico usou por cabala, apesar do sol radiante que batia na Califórnia. Raphinha, Rodrygo e Vinicius estavam isolados, desconectados e impotentes. A Verde-amarela era uma equipe indefesa. E o próximo adversário será difícil: nada menos que o Uruguai de Bielsa.