Curitiba, PR, 25 – Após ser alvo de críticas do presidente do Athletico-PR pelo o inesperado pedido de demissão depois de ceder o empate de 1 a 1 para o Corinthians, na Ligga Arena, em jogo do Campeonato Brasileiro, o técnico Cuca se pronunciou, por meio de nota, para explicar os motivos de sua saída do time paranaense.
No seu pronunciamento, ele abriu a mensagem falando do envolvimento com os jogadores e afirmou que sua saída teve como principal objetivo proteger o grupo em função dos resultados recentes.
“Em décadas de futebol, aprendi que uma das funções de um comandante é proteger seu grupo de jogadores. Quando a temperatura está quente, meu papel é baixá-la. Ontem (domingo) precisei interferir nesse sentido”, diz parte do texto.
Cuca abriu o comunicado destacando a seguinte frase: “Vestiário é sagrado”. Em seguida, ele explicou como estava o espírito dos seus comandados após o terceiro empate seguido na competição. “Jogadores arrasados que precisavam de acolhimento e não de mais cobranças e julgamentos”.
O treinador detalhou ainda que, no momento em que o grupo se reuniu no vestiário após a partida, ele sentiu que era o momento de tomar uma posição. “Quando entramos na roda de oração pós-jogo, com todos desolados, não era hora de se buscar culpados. Tentaram! Me senti obrigado a assumir toda a responsabilidade e colocar meu cargo à disposição”, explicou na nota.
Ele enalteceu ainda o Athletico-PR por sua curta passagem no comando técnico da equipe, mas lamentou o desfecho. “Fui convidado para um projeto grandioso no ano do centenário do Clube, e não gostaria de ter deixado o trabalho antes de concluído.”
A atitude do treinador provocou a ira de Mario Celso Petraglia, presidente do Conselho Administrativo do clube. Por meio das redes sociais, o dirigente considerou o pedido de demissão de Cuca como uma traição e colocou o episódio como a maior decepção que teve no futebol.
Cuca finaliza seu pronunciamento agradecendo a oportunidade de ter comandado o seu time do coração, destacou o bom tratamento que recebeu dos funcionários e encerrou a nota de forma evasiva. “Como dizem os sábios: o tempo é o senhor da razão.”