Por ARIOVALDO IZAC
Campinas, SP, 31 (AFI) – Quando da veiculação do interesse da Ponte Preta para a contratação do treinador Umberto Louzer, alguém teria perguntado ao presidente Marco Eberlin se ele se informou adequadamente em quais condições o profissional assumiu e saiu dos clubes que trabalhou?
A trajetória de Louzer foi iniciada no Guarani em 2018, passando por Vila Nova, Coritiba, Sport, Juventude e por duas vezes tanto na Chapecoense como Atlético Goianiense.
Louzer chegou ao Juventude em 2022, quando o clube atravessava situação difícil no Brasileirão, após saída do comandante Eduardo Baptista, mas foi rebaixado quatro rodadas antes do encerramento, com percentual de aproveitamento de apenas 18,75%.
Louzer voltou ao Guarani no ano passado e, após levar o clube à 4ª colocação da Série B do Brasileiro até da 30ª rodada, com 53 pontos, até hoje não houve houve justificativa plausível para o clube conquistar apenas mais quatro pontos nas oito rodadas seguintes, e assim terminou a competição em 10º lugar, com 57 pontos.
Aí veio o Paulistão de 2024 e ele acabou demitido após três derrotas consecutivas.
CHAPECOENSE E DRAGÃO
A mídia de Chapecó havia informado que a diretoria da Chapecoense não faria investimentos ao futebol do clube para a Série B, que o objetivo seria campanha de manutenção, mas Louzer topou o convite, fazia campanha apenas razoável, mas a percepção que o clube flertaria com a zona da degola fez que aceitasse o desafio de tentar salvar o Atlético Goianiense – o Dragão – do rebaixamento do Brasileirão.
Final da ‘obra’: após 11 jogos foi demitido.
Mesmo com este histórico recente, a Ponte Preta o sondou para que cumprisse inicialmente a agenda de jogos restantes desta Série B, e depois o Paulistão de 2025.
FUGIR DA MESMICE
Será que a cartolada da Ponte Preta não consegue fugir da mesmice?
Claro que consta do currículo de Louzer trabalhos bem-sucedidos, mas seria o treinador mais indicado para um processo de reconstrução do clube?
Não me venha com a pergunta sobre contratar quem, aonde e com contrato dentro da realidade do clube.
É obrigação de quem dirige clube de futebol ter ‘jogo de cintura’ e ser bem informado sobre o meio.
MERO DESCONHECIDO
Questão de 13 anos a Ponte Preta apostou na revelação de treinadores e por duas vezes foi bem-sucedida. Quem era Gilson Kleina antes de passar por Campinas?
Havia dirigido basicamente alguns clubes do interior paranaense e, ao realizar campanha surpreendente por aqui, o Palmeiras se habilitou contratá-lo.
E quem a Ponte Preta apostou para o lugar dele?
O também desconhecido Guto Ferreira, que ganhou evidência após bom trabalho no Mogi Mirim.
A exemplo deles, não seria possível a Ponte Preta descobrir outros nomes num processo de reconstrução do futebol?
Como a lógica indica que o interino Nenê Santana deva tocar o barco nos últimos quatro jogos do clube desta Série B, então que se pondere sobre a escolha do substituto de Nelsinho Baptista.
JORGE CASTILHO, INDO BEM
Uma das pistas seria investigar quais treinadores neste Brasil afora tem prosperado nos trabalhos feitos.
Quero deixar bem claro que não estou indicando ninguém, mas se a gente for olhar para o futebol paranaense vai observar que o paulista de Guarujá, Jorge Castilho, levou o Maringá à disputa do título daquele estadual desta temporada.
Reafirmo que não estou fazendo indicação, apenas alusão a um treinador que fora da capital paranaense alcançou um vice-campeonato, além de ter levado o Ipatinga, de Minas Gerais, à divisão principal em 2022.
Desconheço totalmente a metodologia de trabalho de Jorge Castilho, assim como de outros treinadores emergentes que conseguem extrair algo positivo de clubes que dirigem.
Apenas procurei dar uma sacudida na ‘roseira’, para que essa cartolada da Ponte Preta possa ir um pouco além daquilo que consegue enxergar.