Por ARIOVALDO IZAC
Campinas, SP, 25 (AFI) – A leitura convencional de uma equipe que passa todo primeiro tempo de um jogo sem chutar uma bola sequer em direção à meta adversária, para posteriormente ameaçá-la em seis ocasiões, é que melhorou bastante.
Então, neste empate da Ponte Preta com a Inter por 1 a 1, em Limeira, na tarde deste sábado, alguns vão aplaudir o seu treinador Alberto Valentim por ter feito quatro mudanças em sua equipe durante o intervalo.
Calma!
Cabe, isso sim, críticas pela falta de observação mais criteriosa nas peças de escolha para o início da partida.
Pra que escalar o lateral-direito Maguinho, que exagera no recuo de bola e não se vê saídas qualificadas de trás dos pés dele?
Apesar das limitações do lateral Pacheco, por ora ele é mais bem aproveitado.
ARTUR E BARCELOS
Esse negócio de revezamento Artur e Danilo Barcelos para que alternadamente ocupem quer a lateral-esquerda, quer a quarta-zaga, é uma baita invenção.
Barcelos não tem velocidade para jogar centralizado e, aos 11 minutos do segundo tempo, o atacante limeirense Alex Sandro saiu atrás e chegou à frente dele em disputa de bola.
E se a jogada resulta em gol?
Então, que seja feito uso exclusivo de Artur na lateral-esquerda e se reveja no elenco quem possa ocupar a quarta-zaga.
Essa história de por vezes dar liberdade para que tanto Artur como Barcelos possam se soltar, para que o volante Émerson faça o papel de zagueiro, é outra invenção e é preciso acabar com isso.
A rigor, Émerson querer limpar jogada em saída de bola foge à regra, pois não tem essa característica.
Em condições normais, Castro tem mais bola para ocupar uma das ‘volâncias’.
ÉLVIS
Já que a Ponte Preta não tem o homem da organização na ‘meiúca’, tem que se render a Élvis, cuja capacidade técnica não se discute, e agora está se movimentando um pouco mais.
Ele entrou no lugar de Pedro Vilhena, uma espécie de meia-atacante sem posição fixa, mas ficou longe de render o esperado.
Assim, a entrada de Élvis, no início do segundo tempo, serviu para outra consistência técnica à equipe, tanto que participou de algumas chances criadas pela equipe, o principal delas que resultou no gol de empate aos 15 minutos daquela fase, quando visualizou a chegada de Éverton Brito no segundo pau, e meteu a bola de trivela na cabeça dele, para complementação certeira.
Foi ele, também, quem deixou o centroavante Danrlei na cara do gol, aos 48 minutos do segundo tempo, mas a bola foi defendida pelo goleiro André Luiz.
EVERTON BRITO
Claro que o atacante de beirada Jean Dias é superior a Éverton Brito, mas por que a Ponte Preta se beneficiou com a troca no intervalo?
Enquanto Jean Dias se fixou mais pelo lado direito, com pouca flutuação por dentro, Éverton Brito procurou se mexer por todo espaço do ataque, e com isso dificultando a marcação.
VOLANTAIADA EM DÉBITO
Essa ‘volantaiada’ escalada não tem dado o suporte na cabeça da área, assim como não ajuda na construção ofensiva.
O retrato claro foram as duas jogadas contundentes da Inter durante o primeiro tempo, quando o ágil meia Albano se desvencilhou de seus marcadores por duas vezes e finalizou.
Por sorte da Ponte, logo a um minuto e quarenta segundos de partida, o goleiro Diogo Silva praticou a defesa, mas na repetição de chute de fora da área, aos 34 minutos, a bola rasteira teve direção do canto direito.
DANRLEI
Tem-se que aguardar um pouco mais para se emitir conceito sobre o centroavante Danrlei, que entrou no segundo tempo.
Chances ele teve, mas ora chutou para fora, ora em cima do goleiro André Luiz.
Um centroavante mais familiarizado com o gol adversário poderia ter implicado em vitória de virada da Ponte Preta.
PRIMEIRO TEMPO
O primeiro tempo realizado pela Ponte Preta foi horroroso, assim como do adversário, o que fez lembrar aquele jogo recente em que o Guarani esteve em Limeira.
Horroroso porque durante aqueles 47 minutos a Ponte Preta não chutou uma bola sequer em direção à meta do goleiro adversário.
E por que isso?
Falta de qualificação na saída de bola. Basta o adversário adiantar as linhas, foi uma ‘chuva’ de chutões.
Até os 22 minutos do primeiro tempo foram 12.
Sem saída de bola com os laterais, e tanto volantes como meias incapazes de encostarem por ali para fluxo natural das jogadas, o time sumiu durante o primeiro tempo.
Logo, o real retrato desta remontada Ponte Preta está aí.
Então, resta saber como vai proceder Alberto Valentim para a devida correção de curso.